Por Ronivaldo Brandão
Textos bases para essa meditação: Lucas 7, 36-50 (A pecadora que ungiu Jesus) e João 8, 1-11 (A mulher adúltera) – Se não tem bíblia ai, leia aqui
Interessante como alguns encontros de Jesus com mulheres trouxeram resultado avassaladores nas suas vidas. Jesus tem esse poder, ninguém jamais será a mesma pessoa após se encontrar com Ele.
E não foi diferente nessas passagens onde Jesus mudou para sempre a vida dessas mulheres de uma maneira singular com uma simplicidade que me arranca lagrimas.
Lendo esses textos e me atentando aos pormenores consegui extrair alguns princípios que vou levar para o resto da minha vida. Jesus tinha um olhar diferente, tinha uma maneira de olhar totalmente inconcebível para os entendimento humano. Ao ver essas duas mulheres Ele não consegui enxergar o adjetivo que vem logo depois do substantivo mulher! Para Jesus ali estavam apenas duas mulheres, nada de pecadoras, nada de adulteras e quase me esqueci, nada de samaritanas, apenas mulheres, mulheres sedentas por redenção, por alguém que lhes restituísse a dignidade.
Tempos difíceis para o sexo feminino nessa época, e o que dizer para mulheres que transgrediam as leis religiosas desse período. Sim, um grande líder politico religioso ( hoje com certeza poderia ser algum pastor famoso e influente na mídia) da época convidou Jesus para um jantar, os melhores talheres, os melhores cardápios, os melhores enxovais de mesa e etc para recebê-lo. Tudo ia bem até um certo momento onde uma mulher e ainda por cima pecadora ( quem sabe hoje poderia ser uma lésbica, uma esquerdista, uma viciada, uma ninfomaníaca…) ousou quebrar todos os protocolos e interrompeu tão celebre reunião.
Ela viu a redenção naquela mesa, passou por cima de todas as regras de etiqueta da sociedade, todas as regras de conduta, do politicamente correto e se prostou aos pés daquele que de alguma maneira ela sabia que não a lançaria fora. Mas acontece que aos olhos do tão nobre pastor, digo, fariseu, ali estava uma pecadora, indigna de estar naquele recinto. Pensou ele, Jesus estaria com algum problema de vista pois se estivesse enxergando bem não permitiria tamanha afronta.
Semelhante situação passou uma outra pecadora, para piorar, o seu pecado tinha nome, adultério. Desta Jesus estava no templo ( hoje seria uma igreja evangélica ) ai alguns homens evangélicos trouxeram a presença de Jesus uma mulher pega em adultério. Cumpra-se o que está escrito no livro da lei! Bradavam os crentes…ai Jesus levanta seu olhar e apenas consegue enxergar uma mulher assustada, temendo pela condenação, temendo pela sua própria vida. Quem enxergar pecado nela e não enxergar em si mesmo que jogue a primeira pedra…Jesus ousou descumprir a lei e ter misericórdia para com uma adultera. Onde era para ter condenação ouve redenção.
Duas mulheres que tiveram seus caminhos cruzados com os de Jesus. Amor, perdão e redenção consequentemente duas pessoas com suas vidas transformadas.
Aquele que é pouco perdoado, pouco ama! Jesus ousou perdoar seu muitos pecados.
Ah, como faz falta uma igreja que perdoe mais, uma igreja que ame mais, para que os pecadores que entrem por suas portas possam se sentir perdoados e assim possam amar mais!
Jesus olhou para aquela adultera e disse: Ninguém te condenou? Nem eu! Jesus primeiro amou essa mulher, perdoou essa mulher e só assim pôde dizer: “Vais e não peques mais!”
Bom seria se esse olhar fosse o nosso olhar…Obrigado Jesus por usar duas mulheres pecadoras para nos mostrar 2014 anos depois o quanto que ainda somos fariseus!