Igreja do Século 21 – Rica e Falida

Igreja RicaPor Thiago Schadeck

A paz do Senhor!

Desde 1.517, quando Martinho Lutero, enfim, conseguiu consumar o que ficou conhecido como “a Reforma Protestante” a Igreja Evangélica não passa por uma crise tão grande quanto essa do século 21. A Igreja de nossa época consegue algo aparentemente impossível: Ser rica e falida ao mesmo tempo.
Segundo as estatísticas do IBGE, os evangélicos já ultrapassam a marca dos 30 milhões, mas de modo geral, somos pouquíssimo representativos. Não temos uma voz ativa na nação, na política, nas ações sociais. Tudo o que temos são algumas pessoas engajadas em projetos isolados, que não contam com a ajuda da Igreja.

No Brasil, não há como definir o que significa “Igreja Evangélica”, pois essa “instituição” não passa de um sem número de denominações com idéias diferentes, teologias diferentes, maneiras diferentes de buscar a Deus e que pouco se esforça para aumentar ou gerar comunhão entre si.
Deixo claro que há valores inegociáveis, como uma pregação bíblica, a centralidade de Cristo no culto, a Soberania do Senhor, a inerrância das Escrituras, dentre outras coisas. Porém, por outro lado, existem práticas que não ferem a minha comunhão com Deus e devemos respeitar e nos esforçarmos para vivermos em comunhão, a pesar das diferenças.

Provavelmente a Igreja do século 21 ouviria de Jesus a mesma coisa que Ele disse á Igreja de Laodiceia:

Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Apocalipse 3:20

Notemos que essa Igreja deixou Cristo do lado de fora por se achar auto-suficiente. Eles se gabavam por estarem enriquecendo, de não ter mais necessidades materiais e que podiam desfrutar dos bens desta terra.
Ao dizer que essa Igreja não era nem fria e nem quente, Cristo deixou bem claro de quão irrelevante ela era. A Igreja do século 21 é exatamente igual a de Laodiceia, constrói templos enormes, que mais se parecem com palácios, paga fortunas por horários em TV e Rádio para pregar que em sua denominação é que Deus opera e vai realizar tdos os nossos desejos, até mesmo os mais esdrúxulos.
Muitas,  para não dizer a maioria, das denominações foram fundadas sem nenhuma direção de Deus, depois de uma briga por poder. Nesse caso, a pessoa sai, se auto consagra pastor, leva alguns membros de sua igreja antiga consigo e monta uma igreja  que funciona em torno de si. O que é dito de púlpito é lei, quem não se enquadrar à cartilha que a igreja prega é tido como herege, arruaceiro, endemoninhado – ainda que esteja corrigindo o povo através da Bíblia.
Só no Brasil existem mais de 12 mil apóstolos que na grande maioria – note que não coloco todos no mesmo balaio – são homens egocêntricos que acharam o título de pastor pequeno demais para eles e quiseram subir mais um patamar. Homens que diante de sua congregação são as bocas de Deus e que toda a revelação, necessariamente,  vem por eles. São considerados infalíveis por seus liderados, tal qual o Papa na igreja Católica. Nas igrejas dirigidas por pessoas com esse perfil, a leitura e estudo da Bíblia são colocados em segundo plano e desincentivados, pois se as pessoas souberem demais, poderão fazer perguntas constrangedoras ou até mesmo se levantar contra os falsos ensinos.

Por outro lado, ainda existe a Igreja séria, onde todo louvor, honra e glória é dada a Deus, o nosso Senhor. Igrejas essas que tem seu crescimento vagaroso, porém consistente. Os membros não são apenas mais um número, mas peças importantes no plano da Salvação, pessoas que serão discipuladas pela Palavra de Cristo e que aprenderão a ser imitadores de Cristo.
Nessas Igrejas o caixa nunca tem dinheiro sobrando, porque tudo o que entra já tem um bom destino no Reino, o pastor não tem salário de executivo de banco, os membros não são coagidos a aceitar tudo o que vem do púlpito, antes são ensinados a analisar tudo e reter o que é bom, a conferir nas Escrituras se o que está sendo pregado é realmente daquela forma.
Como o Senhor falou a Elias que ainda haviam sete mil que não tinham se dobrado à Baal, em nossos dias, o Senhor também tem separado para Si um povo que não se corrompe com os prazeres e as tentações desse mundo, mas se mantém fiel a Ele.
Mesmo em meio a tanta coisa errada , o corpo de Cristo se mantém incorruptível.
A Igreja – organismo – sempre prevalece na luta contra o inferno, pois o Senhor é quem a defende. Ela passa por muitas lutas e dificuldades, mas entende que essas privações vem do próprio Deus, que usa essas situações para aperfeiçoar a sua fé e ensinar a vontade Dele.

Que esse texto nos traga a reflexão de se a Igreja em que congregamos tem acrescentado algo ao Reino de Deus nessa terra. Se a resposta for não, devemos lutar para mudar a situação, conversar com nosso pastor e demonstrar os erros, apontando soluções. Se nada mudar, ore e peça para Deus te direcionar a uma Igreja séria, que quer viver para a glória de Deus.

Que Deus te abençoe!

 

3 comentários sobre “Igreja do Século 21 – Rica e Falida

  1. Caro Thiago,
    Paz amado!
    Infelizmente, não há o devido e necessário respeito em muitas das chamadas igrejas.
    O interesse sempre é devido às construções sem edificações corretas de vidas como exemplo de um exato propósito que deve ser conquistado no terreno da fé.
    Vendem indugências na troca proposital de prosperidade e favores de Deus.
    Produzem verdadeiros shows que incentivados pela carne transformam os locais de cultos em verdadeira carnificina.
    Esqueceram de Deus. Esqueceram do Evangelho com Simplicidade. Provocam a mentira, inclusive nos cargos VITALÍCIOS de pai para filho. Sentem medo da verdade e se autodenominam servos. São VITALÍCIOS por conveniencia. E não por fé!
    Sigamos em frente, na consistência bíblica, enfrentando um povo ímpio que se auto denomina CRISTÃO, mas, somente viabilizam a criação da sua própria piramide financeira.
    Maranata!
    O Senhor seja contigo,
    O menor.

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