Marcha para Jesus e Parada do Orgulho LGBT: Duas faces da mesma moeda

Por Thiago Schadeck,
São Paulo recebeu ontem, 15, a Marcha Para Jesus e domingo, 18, receberá a Parada do Orgulho LGBT. Eventos esses que estão no calendário dos grandes acontecimentos da cidade, junto com o Carnaval e a Fórmula 1. O que pouca gente percebe é que há muito em comum entre os dois eventos.

Sei que serei apedrejado pelos dois lados, mas é inegável que os objetivos e a forma como ambos os eventos são conduzidos é idêntica. As lideranças se aproveitam para manipular as massas com suas mensagens de exclusivismo e superioridade. Tanto os Apóstolos que subirão para profetizar sob a cidade, quanto a liderança LGBT que gritará aos quatro ventos sobre LGBTfobia, fazem pouquíssimo pela causa no decorrer do ano.
Vamos aos pontos em comum:

  • São shows com artistas ganhando milhões:

Não pense que algum artista sobe ao trio elétrico apenas porque quer expor seu apoio à causa. Pelo contrário, eles estão sendo muito bem renunerados e ainda usam esse evento como um belíssimo palanque para se expor nacionalmente. Há uma sequência idêntica em que os artistas de ambos os lados seguem: sobem ao trio demonstrando conhecer a causa à fundo e e se sentindo privilegiados por estarem ali, depois cantam uma sequência de músicas e antes de se despedir fazem um discurso à favor da causa que supostamente defendem, se colocam como vítima de uma perseguição e saem aplaudidos para dar entrevistas.

  • São financiados com dinheiro público

Tanto um quanto o outro vende a alma ao governo. Sem dinheiro público envolvido ficaria quase impossível organizar eventos desse porte e pagando os cachês que os artistas recebem. Tudo é supervalorizado quando tem o “patrocínio” do Governo. As empresas que locam o material necessário para a estrutura e os artistas que se apresentarão sabem que o patrocinador não poupará gastos e pagará aquilo que pedirem, afinal o dinheiro não sai do bolso deles. 

Ao final da festa, os organizadores passam a dever favores ao governo. Certamente serão cobrados e essa dívida aumentará muito com os juros acrescidos à ela. Você acredita mesmo que as bancadas evangélicas e gays são tão coniventes ao descalabro que nosso país passa à toa?

  • São eventos politicos

São eventos políticos no sentido em que políticos e seus partidos aproveitam para se promoverem, lembra que são eles quem financiam a festa? Portanto não se assuste se vir uma campanha política antecipada, já que em 2018 teremos eleições. Eles sobem ao palco para dizer o quanto são engajados com a causa que o evento defende. Na Marcha, vão dizer que lutam pela família (mas alguns dos que estão lá, trocaram a esposa por uma mais nova) e na Parada dirão que lutam pelos direitos do público LGBT (exceto se forem eleitores do Bolsonaro). O que fica bem claro nesses eventos é que em ambos os lados a luta não é pela causa, mas por aquilo que lhes convém na causa.

É um evento político também sob o aspecto de que querem levar milhões de pessoas atrás de seus trios para demonstrar poder e “vender” o apoio dessa multidão aos candidatos que desejarem. Não por coincidência os organizadores gritam aos quatro ventos que seu evento trouxe “x” milhões de pessoas e cresceu “y” por cento. Na verdade a contabilidade dos organizadores (superestimada) nunca bate com a da Polícia Militar. Quem grita mais, sai como campeão nessa disputa vã.

  • A maioria que está ali mal conhece a causa:

Faça o teste e pergunte a um frequentador desses eventos se ele sabe à fundo do que eles se trata. Peça para ele fazer um resumo de cinco propósitos de existir um dia em que as pessoas saem de suas casas e se juntam para protestas, celebrar e comungar à cerca de uma causa. Posso garantir que pelo menos 90% não conseguirão mencionar três.

  1. Marcha para Jesus
  2. É composta por pessoas que mal conhecem o evangelho. Sabem um amontoado de versículos soltos e esperam as palavras proféticas da liderança​ para que a situação mude. Acreditam que “marchando” uma vez por ano manifestarão ao país e ao mundo a glória de Deus, mas no decorrer do ano não fazem absolutamente nada pelo Reino. Que aliás, a marcha também não faz, o propósito dela é gloriar-se na multidão que se arrasta atrás do trio.

  3. Parada LGBT
  4. Grande parte das pessoas que marcará presença na Parada não consegue justificar aquilo que é repetido à exaustão por seus organizadores: que os gays são mortos apenas por serem gays, que há preconceito em tudo o que acontece com os homossexuais (existe preconceito, mas não na escala em que pregam). Além disso, apoiar a causa gay (assim como ser evangélico) se tornou cool, é POP. É melhor apoiar algo que eu não conheço direito que ser taxado de preconceituoso. Não é mesmo?

  • Todos os que são sérios nessas causas, perdem:

Falando como pastor, posso garantir que a Marcha traz mais males que benefícios​ às igrejas sérias. Precisamos ficar nos justificando o tempo todo e que apesar de também ser evangélico não temos nada a ver com essa bagunça. A Marcha prega um evangelho de facilidades, com falsas promessas e busca por coisas fúteis. Como se o favor de Deus fosse condicionado a peregrinação de alguém atrás de um trio elétrico tocando músicas de louvor e adoração ao homem. Evangelho sem cruz, sem confrontar o pecado e sem anúncio de salvação, definitivamente não é evangelho. Quando uma liderança cristã pega o microfone diante da multidão e condena os homossexuais ao inferno, ele pretensamente anula a graça de Cristo que morreu por todos os pescadores.

Do lado GLBT da festa, conheço pessoas que são de fato lutadores por uma vida melhor, inclusive acerca de que haja acompanhamento​ psicológico adequado àqueles que ten dúvida sobre sua sexualidade ou que decidiram que querem deixar a homossexualidade (erroneamente chamado de ‘cura gay), apoiando a liberdade do indivíduo decidir ser ou deixar de ser homossexual, mas que fica à sombra desses movimentos que desrespeitam quem discorda daquilo que defendem. Pregam a liberdade, mas aprisionam as pessoas à uma censura nem tão velada assim. Quando colocam uma transexual simbolizando Cristo crucificado não só ofendem os cristãos, mas também desprezam o trabalho daqueles que buscam o respeito se utilizando do respeito.

Já trabalhei com diversos homossexuais e nenhum pode me acusar de preconceito. Isso porque apesar de eles saberem que, de acordo com o que creio, a prática homossexual é considerada pecado. Não o único pecado, mas não deixa de sê-lo. Assim como já trabalhei com crentes gospel e sempre fiz questão de mostrar que embora estivesssem na igreja, não estavam em Cristo. Que o Evangelho qus criam não eram o da Bíblia.

Se puder resumir tudo o que escrevi aqui em uma frase seria: “Não seja extremista, busque a moderação”. Lembre-se que os cristãos são o sal da terra e não existe nenhum prato que o ingrediente principal seja o sal. Não tolere o pecado (independente de qual for), mas ame as almas perdidas e pregue o Evangelho da salvação eterna. É isso que Jesus faria!

2 comentários sobre “Marcha para Jesus e Parada do Orgulho LGBT: Duas faces da mesma moeda

  1. Edson, a paz do Senhor!
    Me permita discordar de seu comentário, mas pegando um contexo maior o texdo diz:
     “A Marcha prega um evangelho de facilidades, com falsas promessas e busca por coisas fúteis. Como se o favor de Deus fosse condicionado a peregrinação de alguém atrás de um trio elétrico tocando músicas de louvor e adoração ao homem. Evangelho sem cruz, sem confrontar o pecado e sem anúncio de salvação, definitivamente não é evangelho. Quando uma liderança cristã pega o microfone diante da multidão e condena os homossexuais ao inferno, ele pretensamente anula a graça de Cristo que morreu por todos os pescadores.”

    A intenção é dizer que um evangelho que não anuncia a salvação pretende anular a graça de Deus que pode salvar qualquer pecador.

    E no último parágrafo (daí a importância de ler e interpretar o texto todo) digo claramente:

    “Não tolere o pecado (independente de qual for), mas ame as almas perdidas e pregue o Evangelho da salvação eterna. É isso que Jesus faria!”
    Quer mostrar que alguém é pecador, o faça, mas que seja com o amor que Jesus faria e não se valendo de um microfone diante de uma multidão.

    Fico à disposição para conversarmos mais à respeito.

    Deus te abençoe

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  2. Edson

    Quando uma liderança cristã pega o microfone diante da multidão e condena os homossexuais ao inferno, ele pretensamente anula a graça de Cristo que morreu por todos os pecadores. (Copiado do texto). Discordo quando ele diz que pretensamente anula a graça de Cristo, quando se prega conta esse pecado, assim como outros, não havendo arrependimento, já está condenado, conforme a palavra de Deus.


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