E SE NOSSA IGREJA ACABASSE COM O DÍZIMO?

Igreja sem dízimos. Acabar com os dízimos. Sem dar dinheiro para a igreja
Imagine como seria uma igreja sem dízimos.

Imagine se, ao final do culto de domingo, o pastor reunisse a igreja e fizesse uma proposta: ACABAR COM OS DÍZIMOS. A partir de então, cada um contribuiria se quisesse e com quanto achasse que deveria.

Talvez o seu pensamento seja: se fizermos isso a arrecadação da igreja cairá drasticamente. A maioria das igrejas se mantém com os dízimos. Resumindo, os dízimos são a “receita fixa” e as ofertas a “receita variável” da igreja. Só assim dá para saber o quanto pode gastar, visto que se tem o controle sobre a média arrecadada em dízimos mensalmente.

O dízimo é um mandamento para a igreja?

A resposta é não. No novo testamento não há qualquer menção direta aos dízimos e tampouco maldição aos que não entregam os 10%. Com a vinda de Cristo a obediência aos preceitos da lei foram substituídos por gratidão e generosidade.

Os dez mandamentos foram resumidos em dois: amar o Senhor acima de todas as coisas e o próximo como a nós mesmos. Isso significa que não estamos mais presos a um conjunto de leis cerimoniais e sim às leis morais.

As pessoas vão parar de contribuir!!!

Esse é um pensamento que traz consigo dois problemas muito pertinentes, mas que tem em sua raiz a falta de ensino e amor verdadeiro a Deus. Vejamos:

Dizimista por obrigação:

A maioria dos dizimistas o são por medo do devorador, de que Deus deixe perder o emprego, de gastar mais dinheiro na farmácia e etc. Isso as move a contribuir mensalmente e garante a tal receita fixa, já citada acima, da igreja. O problema é que, no fundo, isso vira um dinheiro maldito, porque é como uma fatura de cartão de crédito e terá sérias consequências caso não seja “pago”. Não existe gratidão e sim uma troca. Me dá que eu devolvo uma parte.

Nem um centavo a mais:

Fui tesoureiro da igreja por quase dez anos. Não foram poucas as vezes que vi as pessoas pedindo para a cantina trocar o dinheiro porque era dia de entregar o dízimo. Quando abria o envelope tinha, por exemplo, R$ 198,75. A pergunta que faço é: Por que essa pessoa não arredonda logo pra R$ 200,00? Ou por que não pra R$ 195,00, caso não tenha trocado.

Isso ocorre porque ensinamos que os 10% são de Deus. Você paga mais que o valor da fatura do cartão? Do colégio dos filhos? No supermercado? Claro que não, apenas o que é devido.

Logo, quando vamos tratar com Deus, usamos da mesma forma, o combinado é que Ele “cobra” 10% de tudo o que eu ganho. O restante fica comigo e faço com ele o que eu quiser, inclusive gastar com futilidades.

Se não fosse obrigado ser dizimista, você continuaria colaborando?

Essa é uma pergunta que precisa ser respondida de todo o coração. É óbvio que muitos continuariam colaborando, até porque os verdadeiros generosos não se limitam apenas aos 10%. Mas a grande maioria sequer se importaria em contribuir e ainda reclamaria quando faltasse algo na igreja.

Isso pode ser constatado facilmente: quantas vezes o pastor da sua igreja teve de frisar a importância de ser dizimista no ano passado? Tenho certeza que ao menos umas três. Pergunte ao pastor se a arrecadação em Janeiro é igual aos outros meses. Sabe por que não é? Porque as pessoas viajam e não estão na igreja para serem “cobradas”. Quem realmente está comprometido não precisa ser lembrado de colaborar, depositaria na conta da igreja, por exemplo.

Considerações finais:

Muito crente não é, de fato, grato a Deus. Caso fossem, não precisaria ficar lembrando do dízimo todos os cultos e tampouco limitar um valor mínimo (os 10%). Cada um deveria ter a consciência de quanto pode contribuir e segundo seu coração (2 Coríntios 9:6-9). Se num mês pode contribuir com R$ 1.000,00, contribua. Se só puder dar R$ 2,00, que assim seja.

Antes de qualquer coisa, devemos considerar a bondade de Deus e sua misericórdia com nossas vidas. Desta forma, seremos generosos em todas as nossas ações, inclusive nas contribuições financeiras.

Imagine quando seu colega de trabalho, traumatizado pelas igrejas que exploram os membros, vier te falar sobre isso e você poder responder: “na minha igreja não tem dízimos, cada um colabora quando e quanto quiser”?

Sei exatamente qual a sensação, pois onde congrego já é assim. É extremamente libertador não ter a obrigação e poder desenvolver o amor por Deus e por Sua obra. Todos somos devedores a Ele e não é por ser dizimista para respeitar uma regra da igreja que Ele vai me amar mais.