Cristãos, Doutor Drauzio e a Suzy

O Drauzio Varella faz trabalhos em presídios há décadas, desde o extinto Carandiru, e já deve ter abraçado centenas, senão milhares de presos na mesma situação da Suzy. Isso nunca foi um problema!

Os evangélicos tem trabalhos de evangelismo nas cadeias e pregam, oram, acolhem e abraçam pessoas com crimes semelhantes e até, se existir, piores que  os da Suzy. Quanto a isso, também não houve e nunca haverá problemas.

Assim  como para o médico que deseja salvar a vida do ser humano o crime cometido não importa, para o cristão que deseja a salvação da alma, também não. Ambos estão ali justamente para ajudar, de alguma forma, a mudar a vida daquela pessoa. Isso significa que nenhum dos dois está alí pelo criminoso e sim pelo ser humano, que errou e deve pagar.

Muitos trazem Jesus para a discussão ser nunca ter lido um capítulo todo da Bíblia. Usam argumentos requentados de pessoas que querem fazer de Jesus um cara que tinha em seu rol de amizades: prostitutas, bandido e marginais. Eles estão meio certos. A diferença é que Jesus transformava as pessoas e elas deixavam de levar a vida má de outrora, tomando um novo rumo na vida.

As duas passagens mais usadas por essas pessoas são a da mulher que seria apedrejada por estar em adultério e o ladrão da cruz. São situações pontuais e totalmente diferentes.

A mulher adúltera (João 8:1:11):
Ela foi pega em uma emboscada armada para pegarem Jesus em algum ponto que pudesse condená-lo e se livrar dele. Quando eles chegam com a mulher, Jesus não corre para defende-la, mas espera que os seus acusadores falassem. Depois que eles fizeram a acusação e Jesus os desmoraliza por sua hipocrisia, vira-se para a mulher e pergunta onde estavam aqueles que a acusavam (v10), e ela responde que todos foram embora. Então Jesus encerra a conversa dizendo: “Eu também não te condeno, vá e não peque mais”.
Em momento algum Jesus inocentou a mulher do erro e tampouco a levou diante da sociedade para anunciar que ela havia sido perdoada. Ele evitou que uma injustiça fosse cometida.

Jesus a abraçou em secreto e deu o conforto que era necessário. Se ela se arrependeu e seguiu o conselho de Jesus, nós não sabemos.

O ladrão da cruz

Esse é um clássico para atacarem os cristãos. Jesus não era amigo daqueles dois homens que foram crucificados ao seu lado. Na verdade a cruz nem foi feita para Cristo e sim para Barrabás.

Um dos ladrões ficou provocando Jesus e pedindo provas de que Ele realmente tinha poder para livra-los da morte, enquanto o outro o repreende dizendo que eles sim merecem estar naquela cruz, mas Jesus não.
Arrependido dos seus erros e pecados, o ladrão da direita, conhecido popularmente como Dimas, pede para que Jesus se lembre dele quando estiver em seu reino. Nesse momento Jesus diz a célebre frase: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”.

Com Dimas, Jesus fez a mesma coisa que ele havia feito com tantos durante seus 33 anos na terra: salvou sua alma da condenação eterna.
Mesmo prometendo a ele o paraíso e salvando sua alma, Jesus não gritou para que todos os que assistiam o espetáculo do horror que aquele homem era um coitado, vítima de uma sociedade injusta ou coisa parecida. O Dimas cumpriu sua pena até o fim.

A conclusão é que as pessoas não se revoltaram com o gesto de humanidade, muito bonito, por sinal, do doutor Drauzio, mas a tentativa de romantizar a história de quem cometeu um crime tão bárbaro. Suzy, após cumprir toda sua pena e pagar à sociedade o que lhe foi imposto, terá o direito de retornar a sua vida normal e desfrutar de uma chance de provar sua mudança.

Aos progressistas, que nos acusam de hipocrisia por ter ido atrás do motivo de a Suzy estar cumprindo pena, por favor, respondam com sinceridade:

Se fosse o goleiro Bruno, vocês aplaudiriam o Doutor Drauzio, com a mesma intensidade?

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