Essa semana começou agitada por conta da notícia que uma menina de dez anos, que era estuprada desde os seis pelo tio está grávida e que fariam um aborto.
Logo que a Sara Winther publicou em suas redes sociais o nome da garota e o hospital que deveria ocorrer o aborto (o que é um crime!), evangélicos e católicos foram até lá para tentar impedir. Chamaram até a pobre menina, abusada sexualmente de assassina, por estar abortando. Mas isso abordaremos daqui a pouco. O movimento feminista também se mobilizou e chegou ao hospital, em maior número que os cristãos que ali estavam e “garantiram” a realização do procedimento que tirou a vida do bebê.
Enquanto cristãos lamentavam o aborto, os feministas comemoravam. Havia claramente uma guerra entre dois movimentos opostos, mas comuns em um sentido: ninguém estava preocupado com a mãe, apenas com o bebê!
Se estivessem preocupados com a menina, a acolheriam e dariam a ela um futuro digno, independente da realização ou não do aborto. Uma menina de apenas dez anos, que era estuprada há quatro não tem capacidade alguma de decidir sobre a continuidade ou não da gestação, bem como não tem culpa por estar grávida.
Os interessados em proteger a vida deveriam ter se mobilizado para que o estuprador fosse localizado e preso, pagando pelo crime que cometeu. O estrago feito na vida da garota é inimaginável e causará traumas a ela pela resto da vida.
Deveria ter abortado ou feito uma cesárea, garantindo o direito do bebê nascer?
Quando foi comunicado que a gestação já estava na 22ª semana, muitos defenderam que deveriam ter feito uma cesárea e garantindo o nascimento do bebê. Particularmente, concordo com a idéia, mas não sou médico pra dizer se era seguro ou não.
Sempre serei a favor da vida, mas novamente, a mãe é uma criança de dez anos. Não é sabido se ela teve uma boa gestação e se o bebê estava suficientemente formado para poder sobreviver.
Vamos aceitar o aborto então?
Óbvio que não!
Devemos lutar contra essa prática de forma indiscriminada e em qualquer fase da gravidez, como acontece hoje na França. Porém, há que se pensar que existem casos extremos e que terão de abrir excessões.
A coitada da menina, que teve sua infância violada, violentada e destruída não é uma assassina como alguns chegaram a acusar, ela é uma vitima que deve receber todo o amor e apoio para superar esses traumas e poder provar o amor do Pai. Quem melhor que a Igreja dos imitadores de Cristo para fazer isso?
Mas a bíblia não permite o aborto
Exatamente, a bíblia não permite, mas não podemos exigir que as pessoas que não reconhecem Deus como Senhor pautem suas decisões embasados nos ensinamentos bíblicos, portanto, cabe exclusivamente a nós, que seguimos a Cristo.
Nosso papel é cobrar dos governantes que eles sejam responsáveis e não deixem que leis que tentem contra a vida (aborto, liberação das drogas, regularização da prostituição e etc.) sejam aprovadas. Não é porque o mundo está aceitando essas práticas que nós nos dobraremos a elas.
O que devemos fazer?
Orientar os membros de nossas igrejas e famílias a terem cuidado, pois os abusadores estão, normalmente, num círculo bem próximo à família. Devemos ouvir nossas crianças e prestar atenção aos comportamentos que podem indicar um abuso.
Se for confirmado, nada de orar e pregar para o estuprador. É juntar provas e colocar o bandido na cadeia para que ele pague pelo seu crime.
A igreja deve orar e anunciar o caminho da Salvação, mas também tem o dever de ser um agente que corrige as injustiças.