Erros e suas consequências

Graça e paz seja da parte de Deus nosso Pai e de Jesus Cristo

Mateus 27: 1-5: “E, chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos do povo, formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem; E maniatando-o, o levaram e entregaram ao presidente Pôncio Pilatos. Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.”

Amados. Havendo Judas traído a Jesus este vira uma verdadeira “batata quente” nas mãos das autoridades. Ninguém o pode condenar, ninguém o julga como queriam os religiosos. E os discípulos, aqueles que acompanhavam a Cristo, viam com expectativa o desenrolar dos fatos. E neste instante que lemos, Jesus é condenado perante Pilatos. E havia um discípulo que acompanhava com maior apreensão, ou pelo menos com um sentimento diferente dos outros. Judas estava inquieto esperando o veredicto, tal qual os demais, porém com uma razão diferente. Ele queria não somente a absolvição de Jesus como a sua própria. A libertação de Jesus significaria que seu ato não teve uma consequência tão séria assim. Passaria Jesus por momentos angustiantes, apanharia, seria xingado e questionado, mas depois ficaria tudo bem. Porém, quando sai o veredicto, Judas desesperou-se. Vendo que o Cristo não se safaria, não teria como fugir da cruz, é que Judas caiu em si e viu o que havia feito. E qual a sua reação? Tentou consertar, remediar o fato. Mas já era tarde.

Isso é tão comum em nossa vida. Quantas e quantas vezes não tentamos consertar os nossos erros e anular as consequências. Certa vez ouvi de uma irmã que o pecado traz consequências. E o perdão não anula estas. Uma coisa é um presidiário aceitar a Jesus na cadeia e por maiores atrocidades que tenha cometido, o sangue de Cristo é suficiente para lavá-lo e torná-lo puro (por mais que muitos, até crentes ao acreditarem em uma conversão nestes moldes). Mas mesmo sendo alcançado pela graça do Senhor, sua dívida com a sociedade tem de ser paga. São as consequências. Por vezes Deus é capaz até de anular estas, mas via de regra nós temos que arcar com as mesmas. (aliás sou radicalmente contrário orar por alguém que esteja preso com justiça para que seja liberto, não vejo justiça e coerência de Deus nisso). Não sabemos os motivos que levaram Judas a trair Jesus. Ganância? Talvez, mas o valor era tão pouco. Inveja e ciúmes? Obstante não ser o discípulo mais querido, tinha grande confiança pois cuidava da bolsa. Não tenho realmente ideia do que realmente levou-o a trair o mestre. Assim como não entendo o que nos leva a cometer certos atos. Condenamos a Judas por ter traído o Mestre, mas e nós? Nem quero entrar neste mérito…

Minha grande menção neste dia é essa: consequências. Toda ação leva a uma reação não é isso que a física diz?! Judas tentou evitar as consequências de sua atitude, mas não houve como. Aqueles que o seduziram com o dinheiro e encomendaram a morte de Cristo, não tiveram misericórdia. Vejam a resposta no v.4: “Que nos importa? Isso é contigo.” Traduzindo “ema, ema, ema”. Judas não encontrou abrigo daqueles que lhe fizeram parceria. Certamente ele não acreditava na condenação de Cristo, mas ao saber dela, caiu em si. “Trai sangue inocente” foi sua declaração. Quantos homens e mulheres já não perderam seu companheiro que admiravam e tinham amor por traição e hoje se arrependem por ter perdido uma pessoa espetacular ao seu lado. Quantos não perderam grandes empregos por não ficarem quietos (não engolir sapos), ou por cometer algum ato ilícito dentro da empresa e hoje se arrependem? Quantos não tem marcas em seus corpos, doenças até, por não haver respeitados limites, ouvido os conselhos dos mais velhos e hoje tem limitações e o que… se arrependem.

Amados, um dos sentimentos mais nobres no coração do ser humano é o arrependimento. Não o remorso, pois este deriva-se da emoção momentânea. Mas arrependimento, de ter deixado o certo para seguir o incerto e se dado mal. Judas arcou com a consequência de ter traído o mestre e viu-o condenado, e além disso desesperou-se e foi se matar. Ele exagerou em seu ato, por não saber lidar com o fato que ele gerou. Mas conclamo-os a neste dia pensar em algo que está dando errado fruto de erros cometidos no passado. Ainda há tempo. Se não para inverter a situação (como era o caso de Judas) mas para se arrepender e buscar graça, buscar perdão. Pedro também havia traído o mestre o negando, também era corresponsável pela condenação. Jesus foi igualmente crucificado pela atitude de Pedro. Mas ele encontrou a graça divina. É hoje tempo de buscá-la. Há solução, há saída ainda. As consequências provavelmente não mudem. Mas sempre há perdão para aquele que se arrepende.

Leandro Bizaio

Soli Deo Gloria!

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